quinta-feira, 8 de agosto de 2013

                                   Terceiro Capitulo

         Já fazia 13 anos, passara algum tempo e eu me encontrava ali, em frente aquele espelho, não pude me conter em saber noticias dela, será que já estava tarde para viver meu grande amor? 
           Descobri que ela estava bem situada, tinha se acostumado rapidamente com a vida de madame, tivera um filho após cinco anos de casamento, um menino chamado Leonardo, vivia uma vida tranquila, do marido não soube nada. 
Passei alguns dias, perto de sua casa, nunca mais a tinha visto, como será que ela estaria agora ? Não desistiria de pelo menos a ver de longe. Pra minha surpresa, sua porta se abriu a vi, mulher, agora se encontrava muito elegante, os cabelos presos, ressaltando seus belos olhos, nao havia perdido a fisionomia de quando era jovem, porem, um homem a acompanhava, seu marido que já estava de saída  Não pude notar que ela se instigara com minha presença do outro lado da rua, veio em minha direção. Meu coração batia acelerado, chegou perto e perguntou "Santiago ?" demos um grande abraço, convidou-me pra entrar, passamos aquela tarde conversando, contamos nossas vidas, mas só isso não seria o suficiente, já estávamos nos despedindo  quando me enchi de coragem e pedi que ela fugisse comigo, ela e seu filho.
            Instantaneamente ficou chocada, mas assim como eu, ela também queria viver o nosso amor. Sem pensar muito, pegou o seu filho e me acompanhou em retirada de  sua casa para que pudéssemos ser felizes. 




segunda-feira, 5 de agosto de 2013

                                       Segundo capítulo

             Aquela tarde se tornara o principio de minha vida como se tudo que acontecesse antes fosse um mero ensaio. Sentia meu coração queimar, ela me envolvia em mim mesmo, a cada súbita palavra que sua boca delicada proferia. Não estava bom pra brincadeiras, nem ela, preferimos conversar no jardim do quintal. Ficamos ali, observando um o outro, deitados, sentia a brisa que levava seu perfume a mim, enquanto ela rabiscava algo no seu diário.  Não pude deixar de notar que ela se empenhava para que não visse, curioso, me levantei,meus olhos buscaram o diário rapidamente, quando vi um longo texto falando sobre mim, é claro que não entendi do que se tratava, pois, tao rápido quanto eu, ela mudou a pagina, e então não deixei de notar, que nas "orelhas" das folhas, tinha meu nome, envolta de corações  Ela envergonhou-se, seus olhos não paravam de me fitar, minha reação não foi diferente ainda que por dentro,era como se tivesse visto anjos nascendo. Ela levantou e foi encostando-se na mangueira, como se não quisesse estar ali, seus olhos se tornaram bonitos como ela, eu queria beija-la, e fiz, encostei meus lábios ao dela,depois nós afastamos, e ela saiu disparada em direção a sua casa, eu tinha ficado ali, imóvel, ela me amava. 
           O dia amanhecera, passava um pouco das seis,e eu não tinha mais a visto, caminhei a entrada de sua casa, vi Senhora Joaquina pendurando algumas peças de roupas, perguntei de Ana, ela respondeu que estava perto do muro,entrei. Estava ela lá, recolhendo algumas folhas algumas folhas que caíra, já que era outono, me viu, não mudou sua expressão  foi se recolhendo pro banco, sentei ao seu lado, seus olhos não saiam do chão  Pedi que falasse algo,v e ela me contou, o que faria o meu coração ficar pequeno, já estava prometida, a um filho de fidalgo, seu pai não se encontrava em boas condições financeiras, achava que a família iria falir a pouco tempo, resolveu "vender" Ana,a quem pudesse pagar, ainda que pouco, era costume na época  Em uma semana ela sairia de minha vida, eu não poderia fazer nada, minha mãe já deixava prontos estudos pela Europa,jamais concordaria em investir num amor de criança  e assim foi...vivemos nossa ultima semana, cheia de melancolia e sofrimento, nos separamos, ela inicio sua vida com o fidalguinho,e eu pegava o passaporte.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Amor Verdadeiro

Primeiro Capítulo

De volta a casa em que fui criado, sinto-me só, com a nostalgia de minha infância. Ainda estão cobertos de poeira e lençóis de seda os móveis, uma tentativa de preservá-los, após a recente morte de minha mãe D. Kátia Chau. É verdade que passei muito tempo longe, não me dei conta de como os anos na Europa haviam me envelhecido, me olho agora no antigo espelho veneziano de moldura arredondada nas pontas, em frente a janela principal, que se encontra com os vidro um tanto embaçados. Meus cabelos grisalhos aos lados, o rosto com expressões finas e vagas, em meio a algumas rugas e o semblante rude. Cá me encontro, senhor Santiago Gouveia, aos 30 anos.
Não posso dizer que não tive grandes amores, não foram muitos, admito, mas nenhum, como a menina da casa que agora avistava ao fundo do reflexo, minha vizinha, grande amiga, menina dos cabelos encaracolados, pele morena, olhos envolventes e verdes, sapeca, Ana. Impossivel descrever o que ela foi para mim, e o que me fez, sentir minha primeira descoberta de adolescente, de um menino, consentindo com o seu eu homem, o primeiro amor verdadeiro, que tinha gosto de espírito de criança, o mais puro dos amores.
Demorei a descobrir que a amava, não sabia o que era amor, aquela, tão pequena, colocava-se em um vestido amarelo de rendinha, e eu esperava na porta de madeira, para ouvi-la, me chamar. Ia logo contando, quais eram seus planos pras nossas travessuras, dois criançolas. Mas em uma vaga tarde de setembro, foi quando ouvi certa conversa de um professor, amigo de minha mãe, falavam sobre amor, como era descobrir tudo isso, parecia sábio e convincente em suas palavras, ia me entretendo, quando ouvi uma doce voz me chamar, havia estremecido, minhas pernas ficaram bambas, ia ao seu encontro devagar, a garganta arranhava, estava ao seu lado, pálido, agora me restava uma duvida, eu amava Ana, Ana amava-me?