segunda-feira, 5 de agosto de 2013

                                       Segundo capítulo

             Aquela tarde se tornara o principio de minha vida como se tudo que acontecesse antes fosse um mero ensaio. Sentia meu coração queimar, ela me envolvia em mim mesmo, a cada súbita palavra que sua boca delicada proferia. Não estava bom pra brincadeiras, nem ela, preferimos conversar no jardim do quintal. Ficamos ali, observando um o outro, deitados, sentia a brisa que levava seu perfume a mim, enquanto ela rabiscava algo no seu diário.  Não pude deixar de notar que ela se empenhava para que não visse, curioso, me levantei,meus olhos buscaram o diário rapidamente, quando vi um longo texto falando sobre mim, é claro que não entendi do que se tratava, pois, tao rápido quanto eu, ela mudou a pagina, e então não deixei de notar, que nas "orelhas" das folhas, tinha meu nome, envolta de corações  Ela envergonhou-se, seus olhos não paravam de me fitar, minha reação não foi diferente ainda que por dentro,era como se tivesse visto anjos nascendo. Ela levantou e foi encostando-se na mangueira, como se não quisesse estar ali, seus olhos se tornaram bonitos como ela, eu queria beija-la, e fiz, encostei meus lábios ao dela,depois nós afastamos, e ela saiu disparada em direção a sua casa, eu tinha ficado ali, imóvel, ela me amava. 
           O dia amanhecera, passava um pouco das seis,e eu não tinha mais a visto, caminhei a entrada de sua casa, vi Senhora Joaquina pendurando algumas peças de roupas, perguntei de Ana, ela respondeu que estava perto do muro,entrei. Estava ela lá, recolhendo algumas folhas algumas folhas que caíra, já que era outono, me viu, não mudou sua expressão  foi se recolhendo pro banco, sentei ao seu lado, seus olhos não saiam do chão  Pedi que falasse algo,v e ela me contou, o que faria o meu coração ficar pequeno, já estava prometida, a um filho de fidalgo, seu pai não se encontrava em boas condições financeiras, achava que a família iria falir a pouco tempo, resolveu "vender" Ana,a quem pudesse pagar, ainda que pouco, era costume na época  Em uma semana ela sairia de minha vida, eu não poderia fazer nada, minha mãe já deixava prontos estudos pela Europa,jamais concordaria em investir num amor de criança  e assim foi...vivemos nossa ultima semana, cheia de melancolia e sofrimento, nos separamos, ela inicio sua vida com o fidalguinho,e eu pegava o passaporte.


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